quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

O ChatGPT já transformou a Educação!

Estou aqui no primeiro post de 2023 e nenhum outro tema poderia ser o meu foco de interesse.

Pois bem, se eu concluí 2022 falando que o Metaverso não era pra agora...tenho que dizer que a Inteligência Artificial já é o assunto que está deixando todo mundo da Educação de cabelo em pé. E principalmente o tão falado e debatido (em todos os grupos de WhatsApp que eu faço parte) ChatGPT! Mas se você chegou aqui pra entender o que é a ferramenta, me desculpe, mas não vou explicar o que ele é pois já há um montão de conteúdo rolando em todas as mídias sobre ele. Dá uma pesquisada no Google...ou no Bing, já que a Microsoft está integrando o recurso no seu buscador. 😁

Desde quando iniciou o burburinho na internet sobre como o ChatGPT pode impactar as atividades docentes eu tenho refletido e testado algumas interações com ele. A primeira impressão me remeteu a uma postagem minha aqui mesmo em setembro de 2018, quando eu argumentava sobre o fato de que  Alguns professores serão substituídos pelo computador, sim! Lá eu vislumbrava um tipo de assistente-tutor-virtual que poderia atuar no lugar de um profissional da educação em alguns contextos. E até dei um nome pro meu: "Pró"! Daí, nada mais óbvio que agora partir pro teste pra ver como isso seria possível...então foi o que eu fiz.

Entrei no ChatGPT com duas perguntas em mente. Considerando que eu fosse um aluno numa disciplina de Cálculo Diferencial e Integral que precisasse de uma ajuda pra resolver um problema perguntei: "como resolver a integral indefinida de x^2?". Dá só uma olhada na resposta...


Essa primeira foi mais um teste pra saber como ele lida com temas que usem uma linguagem matemática, considerando que os debates que tenho visto não focavam muito nesse universo. Achei interessante a resposta dada. Mas eu queria ir um pouco além, pois queria saber se ele consegue adequar bem esse tipo de texto para algo mais "didático", como já vi em alguns outros testes. Então continuei com o comando: "me explique como se eu tivesse 10 anos de idade". E o que veio realmente me surpreendeu...


Vou copiar na íntegra a resposta aqui pois no print não coube tudo:

"Pense na integral como uma forma de descobrir a área sob uma curva. Se você tem uma curva que representa a quantidade de alguma coisa (por exemplo, a quantidade de água em um recipiente), você pode usar a integral para descobrir a área total debaixo da curva.

No caso de x^2, a curva representa a quantidade de algo que cresce muito rapidamente conforme x aumenta. A integral de x^2 é uma forma de descobrir quanto essa quantidade cresceu ao longo do tempo.

Para resolver a integral de x^2, você precisa adicionar pequenos pedaços de área debaixo da curva. Para fazer isso, você usa uma fórmula especial chamada "integração por partes". A fórmula permite que você divida o problema em duas partes: uma parte fácil e uma parte mais difícil. Quando você junta as duas partes de volta, você descobre a resposta para a integral de x^2.

A resposta é x^3/3 + C, onde C é uma constante. Isso significa que, para qualquer valor de x, você pode descobrir a área total debaixo da curva x^2 até esse ponto."

Como professor de Matemática eu sei que nós não estamos muito acostumados a considerar a matemática falada como uma manifestação válida dessa ciência, e isso é um equívoco que cada vez mais tem sido corrigido. O que eu percebo aqui é um potencial muito grande mesmo no texto escrito para que tenhamos já agora a possibilidade de incrementar os materiais instrucionais e recursos didáticos interativos. Isso, por exemplo, confere o diferencial de um livro-texto quando comparamos dois autores: um que preza por evidenciar as nuances dos conceitos e relações e outro que acha que isso já está implícito no discurso (e que todos os alunos já deveriam entender naturalmente, se chegaram em determinado nível de ensino...o velho argumento de quem não entende bem como se dá o processo de ensinagem). 

Imaginando isso embarcado num dispositivo que me apresente uma interface amigável eu só penso o seguinte: a revolução já está aí! IA é o que vai dominar...se não aprendermos rapidamente como trabalhar com ela. Nos vários fóruns, muita gente diz que agora vamos precisar focar em ensinar a fazer boas perguntas, outros em voltar a usar práticas que evitem o uso das tecnologias digitais,  enfim estamos no período de questionar. Mas eu ainda acredito que é nas boas respostas e soluções que devem residir o peso de uma experiência de aprendizagem. Ainda continuo refletindo.

2023 começou assim...


3 comentários:

Karla Vidal disse...

Adorei o ponto da matemática falada, Danilo. Isso é maravilhoso e cabe perfeitamente nas soluções de apresentar conteúdos de múltiplas formas aos estudantes. Pode facilitar e muito na nossa busca incessante por equidade. Deu um estalo bem grande aqui no meu cérebro. Obrigada por isso!

elizabeth fantauzzi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
elizabeth fantauzzi disse...

Tô achando que o GPT é muito mais para o professor do que para o estudante... já pensaram nisso?