terça-feira, 28 de dezembro de 2021

MEU CONVITE AOS PROFESSORES: #SEMRETROCEDER EM 2022!

Márcia é professora de uma turma do Ensino Fundamental e nos últimos dois anos teve que assumir uma posição difícil na sua carreira: incorporar ao seu cotidiano o uso das tecnologias digitais no período de Ensino Remoto Emergencial (ERE) imposto pela pandemia. Ela está terminando 2021 saturada com todo o trabalho de planejamento e execução de práticas que não trouxeram aquela sensação de realização por um trabalho bem feito ao longo do ano, que sempre tinha antes de sua vida virar de ponta a cabeça (ou da sala ao Meet). Ela não vê a hora de retornar "ao presencial" e deixar pra traz esses tempos sombrios.


A Márcia do relato pode ser tanto uma personagem do humorista Diogo Almeida que tem ajudado a passarmos (nós professores e professoras) com alguma leveza por esse período pandêmico (se não a conhece clique no link :-), quanto representar tantas educadoras e educadores que estão tomando aquele fôlego para iniciar o ano novo com algumas expectativas. E uma que eu tenho percebido, em algumas falas de colegas, é a de deixar de usar esses tantos de recursos tecnológicos que foram adotados nos últimos anos, com o argumento de que não teria sentido continuar com eles na volta ao nosso "normal". 

Por isso essa última postagem do ano traz uma proposta de reflexão e apoio ao movimento #SEMRETROCEDER, encabeçado pela querida amiga educadora Roberta Aquino. Nesse caso também vou aproveitar minha experiência na participação em alguns programas de formação docente ao longo dos anos, tanto vinculados ao MEC quanto aqueles das instituições por onde passei, para trazer pontos que valem a pena considerar. Peço apenas que reflita por alguns minutos sobre cada um deles com sua "mente aberta". 

  1. Sempre percebi que a busca pessoal por capacitação sempre apresenta mais resultados do que a imposição de cima para baixo. Desde o início do ERE a pegada foi essa: nos foi imposto o uso de tantas ferramentas que eram desconhecidas por muitos. Mas você sabia que não é de hoje que se fala sobre as potencialidades do uso dos recursos digitais no ensino? Sabia que algumas delas já estavam aí disponíveis há, pelo menos, uns 10 anos atrás (e muitos professores já adotavam mesmo antes da pandemia)? Você acha que conheceria esses recursos em outro contexto? O lado positivo disso tudo foi a descoberta de tesouros que estavam praticamente enterrados pra muitos profissionais.
  2. Muitos de nós sempre usou o argumento de que muitas escolas não possuem infraestrutura adequada para o trabalho pedagógico com as tecnologias digitais. Pois bem, não apenas nós fomos obrigados a nos capacitarmos (pelo menos minimamente) para o uso de alguns recursos, mas as redes e instituições também foram obrigadas a melhorar (também minimamente, em muitos casos) sua infraestrutura. Sua escola melhorou ou instalou uma rede wifi? O laboratório de informática voltou (ou começou) a ser usado para dar suporte a alguns alunos que não tinham acesso às atividades em casa? Sua escola adotou práticas suportadas por plataformas digitais e entende melhor as possibilidades de uso educacional e administrativo? Aproveite se isso aconteceu na sua escola, pois agora há mais que uma brecha para consolidarmos algumas práticas! 
  3. Como eu expliquei certa vez a uma aluna que cobrava alguma "inovação" dos professores nesse período de ERE, o que muitos de nós viveu foi como um estudante de medicina que está tentando fazer o parto do próprio filho num elevador do hotel em que ele e a esposa estão passando as férias. E nesse contexto "emergencial" como esperar qualquer inovação? Pois é, mas isso não quer dizer que em cenários mais propícios o potencial das ferramentas que foram apropriadas por todes não seja elevado exponencialmente. Mesmo, e principalmente, no cenário do retorno das aulas presenciais. Com mais capacitação, materiais e métodos mais adequados tudo vai mudar...pra melhor! Pra você e pros seus alunos, não tenha dúvidas!
Então é isso! Saiba que em tantos anos atuando com formação docente para o uso de tecnologias digitais eu sei que não adianta só apresentar uma ferramenta sem promover uma cultura digital em todo o ecossistema. Talvez essa cultura possa ser iniciada a partir de 2022! Quem sabe? (E eu nem citei o que prevê a BNCC, né?!) 

E mesmo que ainda prefira se manter longe dos aparatos tecnológicos por um tempo (pra respirar um pouco e melhorar daquela LER que está te incomodando tanto), você pode ir adotando alguma ferramenta de vez em quando. E ir testando em novos contextos, continuar participando de eventos de formação continuada com mais calma, e aos poucos ir incorporando e contribuindo para a consolidação dessa cultura na sua instituição.

Então, colega... descanse, respire, e tenha um 2022 mais leve (com ou sem a Márcia ;-)! Força, fé e axé!

Um comentário:

Ranúsia disse...

Neste período da pandemia,nós,professores vivemos os desafios de inovar,entender e apreender como utilizar com convicção as novas tecnologias.Não está sendo fácil,mas foi necessário mudar e fazer.Gostei muito do artigo,Prof Danilo. Os desafios da Professora "Márcia",me representam.