Narrativas interativas na Educação

Ontem eu assisti o tão falado filme interativo da Netflix, "Bandersnatch"!

Se você está lendo essa postagem no início de 2019 ainda estará na "vibe" da "novidade". É, realmente é uma das experiências mais interessantes que já tive no quesito narrativa interativa...confesso que até me atrasei pra um compromisso só pra chegar ao final do filme (porque eu até poderia pausar e assistir depois, mas isso iria estragar toda a experiência, ao meu ver). Se você ainda não assistiu, confere lá!

Assim que terminou fiquei inspirado pra escrever sobre as "narrativas interativas" (vou deixar esse termo assim, mesmo que eu não ache tão adequado) relacionando com a Educação. Até porque o que parece novidade para alguns não é para outros. E isso não desmerece em nada o filme, mesmo porque a grande sacada não é a estrutura não linear da história, mas o roteiro por trás da narrativa. Olha que até vi comparações com o famoso "Você Decide" da Globo, programa que conheço bem, mas pra quem tem minha idade e acompanhava vai logo perceber a diferença entre os dois produtos.

Desde que os hiperlinks se tornaram a espinha dorsal desse tipo de produção (dos hipertextos), houve inúmeras mídias que se aproveitaram dela para inovar na sua maneira de apresentar as histórias. E olha que até antes da revolução digital ela já se encontrava nas conhecidas aventuras-solo de RPG (geralmente apresentadas no formato de livro-jogo). Inclusive, isso fica bem claro em "Bandersnatch", nem precisa ser um rpgista old school pra compreender a coisa toda. 

O mais legal disso é que os educadores já estão se aproveitando desse estilo de narrativa para planejar experiências mais imersivas. Desde aqueles que eram jogadores de jogos de RPG na adolescência, ou aqueles que conhecem através de seus estudos e pesquisas (como é o meu caso). Por exemplo, no PIBID de Matemática no Instituto Federal de Sergipe (que estou coordenando), um dos núcleos tem produzido aventuras com base nos jogos que os alunos das escolas jogam com frequência pelo smartphone e estão começando a reestrutura-las como histórias interativas usando o Google Formulários. Já imaginou criar ou promover oficinas de criação desse tipo de mídia com seus alunos? Bem, pra quem desejar entrar nesse universo, vou inserir alguns conteúdos que eu conheço e que podem inspirar no planejamento de vivências com seus alunos. Escolhi uma referência de cada plataforma diferente (duas analógicas e duas digitais) pra você se aprofundar mais no tema. Clique nas imagens para acessar cada material!

• A coleção Mini GURPS trazia aventuras-solo em seus livros publicados pela DEVIR Editora. Aqui vou destacar o livro da aventura "O Quilombo dos Palmares". Mesmo que você não seja jogador de RPG's tradicionais vale a pena conhecer. (Obs.: eu não consegui encontrar link para compra nem na própria editora, então se alguém tiver uma indicação de como comprar coloca nos comentários. Mas há um link para uma versão em PDF disponibilizada no SCRIBD ;-)
  
• A Edição Matemática, Volume 3, da turma da "Hora de Aventura" traz uma História em Quadrinhos em formato de narrativa não linear bem legal. Diferente do livro texto acima, a adaptação para a linguagem em quadrinhos torna a experiência mais interessante (na minha opinião). 
  
• A própria Netflix já nos brindou com uma experiência interativa antes de "Bandersnatch" com o episódio do desenho animado "Stretch Armstrong: A Fuga". Com uma pegada menos complexa do que o filme, afinal o público alvo aqui é outro, considero também uma ótima dica pra quem quer ver em outro tipo de estilo de conteúdo. 
  
• E, por fim, uma história muito massa que foi criada na ferramenta do Google Formulários, e que foi compartilhada nas redes sociais no início do ano passado, e exemplifica muito bem a estrutura desse tipo de narrativa, é o Teste de Sobrevivência. Não vou dizer muita coisa sobre ele...melhor acessar e passar você mesmo pela experiência clicando AQUI.
  
  
  Bem, é isso!  Se você é professor(a) e quer aproveitar esse tipo de produção nos seus projetos o melhor a fazer é consumir esse tipo de conteúdo primeiro com um olhar crítico e curioso. Pesquise um pouco mais sobre o tema depois pra saber o que há por trás da experiência e o que o fundamenta. E comece a criar suas próprias histórias, sozinh@ ou com seus alunos.😉